Nos últimos dias, um rumor sobre um possível “apocalipse da internet” anunciado pela NASA tem circulado nas redes sociais, gerando preocupação e especulações. No entanto, uma investigação revelou que essas informações não passam de exageros e desinformação disseminada pela web. Vamos analisar os fatos por trás desse boato e entender o que a NASA realmente divulgou sobre o assunto.
Origem do boato
O burburinho em torno do “apocalipse da internet” teve início com a publicação de um estudo realizado por Sangeetha Abdu Jyothi, pesquisadora da Universidade da Califórnia, em 2021. O estudo alertava para a vulnerabilidade dos cabos submarinos de fibra óptica diante de supertempestades solares, que poderiam interromper a conectividade global.
Pesquisas têm indicado que os cabos submarinos localizados em latitudes mais altas, próximas aos polos, são particularmente vulneráveis a essas perturbações. Isso ocorre porque as linhas de transmissão de energia elétrica em regiões polares são mais extensas, aumentando a possibilidade de interferência magnética e, consequentemente, de danos aos cabos submarinos.
No entanto, é importante ressaltar que esse tema já era discutido há algum tempo e não se trata de um anúncio recente da NASA.
Riscos reais
Especialistas reconhecem que a interrupção generalizada da internet pode ser provocada por uma forte tempestade solar atingindo a Terra, algo raro, mas possível. O Sol possui um ciclo de atividade solar de aproximadamente 11 anos, e estamos atualmente no Ciclo Solar 25. Erupções solares e ejeções de massa coronal podem afetar sistemas de comunicação, energia elétrica e satélites.
Embora as erupções solares e as CMEs possam causar perturbações significativas, é importante ressaltar que nem todos os eventos solares têm o mesmo impacto. A maioria das tempestades solares não causa danos graves aos sistemas terrestres, mas permanecer vigilante e preparado para os eventos solares é essencial para manter a infraestrutura crítica funcionando de forma segura e confiável.
Exemplos históricos, como o Evento Carrington em 1859 e uma tempestade solar em 1989 que interrompeu a rede elétrica de Quebec, demonstram os impactos que esses eventos podem causar.
Algumas postagens nas redes sociais mencionam a Parker Solar Probe, uma sonda espacial desenvolvida pela NASA para estudar o Sol, como fonte de informação sobre o suposto “apocalipse da internet”. No entanto, é importante esclarecer que a sonda não fez previsões sobre eventos extremos iminentes. A missão da Parker é entender o comportamento solar e seus efeitos no espaço, como a segurança dos astronautas e o funcionamento de satélites.
Conclusão
Apesar dos rumores que se espalharam nas redes sociais, a NASA não anunciou um iminente “apocalipse da internet”. Embora existam riscos reais de interrupção da conectividade devido a tempestades solares, esses eventos são raros e não há evidências de que ocorrerão nos próximos anos.
É importante manter uma abordagem baseada em fatos e não ceder ao pânico causado por informações infundadas. A internet continua a desempenhar um papel vital em nossa sociedade, e os cientistas estão constantemente monitorando a atividade solar para prever e mitigar eventuais impactos.